Em 2003 houve em Maceió uma
vivência de judô para pessoas com deficiência visual. Uma turma com cinquenta
pessoas. Com o término surgiu a ideia de criar em Maceió um local destinado à
prática do esporte adaptado. Seria um grande desafio, que Irã Candido aceitou realizar,
mas não no formato inicial e sim de uma forma maior. Daí criou-se uma turma de
judô para pessoas com deficiência em Alagoas, projeto jamais visto, já que eram
28 alunos com deficiência visual e sem experiência esportiva alguma. Diferente
do Judô paraolímpico, onde atletas de judô que por algum motivo perderam a
visão, no projeto de Alagoas pessoas com deficiência que nunca tiveram uma
experiência esportiva abriram as portas para essa novidade. Irã fala que o principal é “respeitar a
individualidade do aluno. Fazendo assim fica fácil aplicar as aulas.”
A equipe ficou conhecida no
Brasil, mas sofreu com a falta de apoio
dos órgãos públicos, chegando ao ponto de ser preciso ensinar os alunos
a se locomoverem de ônibus para o Centro Social Urbano do Conj. Santo Eduardo,
onde o projeto teve continuidade sem apoio de nenhuma secretaria. Para se ter
uma ideia, em 2009 Irã Candido tentou levar o projeto para a Guarda Municipal,
mas ,na época, recebeu da direção a seguinte resposta: NÃO SEI PARA QUE UM GUARDA
MUNICIPAL FAZENDO PROJETO SOCIAL, NEM VEJO IMPORTÂNCIA EM ESPORTE DESSE TIPO.
Irã não desistiu e continuou com
o projeto, mesmo com o número menor de alunos, já que alguns não possuem autonomia
para locomoção. Hoje a equipe faz apresentações e palestras em escolas e
faculdades, tentando capacitar outros profissionais para que as aulas fiquem descentralizadas
e as pessoas com deficiência tenham opções.
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